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Foto: Laura Callaghan/ NYT
Pra quem chegou no meu Blog agora e ainda não me conhece, vou deixar aqui uma breve descrição de quem sou e o que faço.
O meu nome é Tabata Hisismit, sou curitibana e conquistei minha independência aos 17 anos quando saí da casa dos meus pais. Desde então tenho sido incansável quando diz respeito a algo que seja importante pra mim.
Se tenho um objetivo, eu insisto, trabalho duro até conseguir! #girlboss
Acho que desde meu primeiro emprego, que foi num studio fotográfico, eu já tinha como objetivo trabalhar no meio artístico. Talvez naquela época eu não tivesse tanta consciência disso, mas de alguma forma sabia que só teria sucesso na minha carreira, se eu tivesse satisfação pessoal naquilo que estava fazendo.
E hoje estou muito satisfeita e orgulhosa em falar aqui que tenho tido sucesso trabalhando com que amo.
Se foi e tem sido fácil? Não, nem um pouco na verdade. E é exatamente neste ponto que queria chegar. Porque por mais surreal que pareça, o que tornou meu trabalho mais difícil foi o ataque de outras mulheres.
Quero lembrar que este é um Blog pessoal, portanto, tudo que escrevo aqui parte de um viés pessoal mesmo! Escrevo primeiramente pra mim, porque é um registro das coisas mais importantes que acontecem em minha vida pessoal e profissional. Mas também compartilho tudo que escrevo pra qualquer um que tenha interesse ou curiosidade sobre esse lifestyle.
Quem acompanha o Blog sabe que além desse registro pessoal, venho também incentivando muitas mulheres a se aceitarem mais, serem mais independentes e quem sabe vir até a tonar-se uma modelo alternativa, CEO, ou seja lá qual for o desejo delas.
Minha maior motivação em começar a escrever pro Blog foram as meninas que me procuram quase que diariamente pedindo ajuda para se tornar Alt Models.
Já venho auxiliando essas meninas a mais de um ano em off, sem intenção nenhuma além de apenas ajuda-las.
Por estes motivos que citei a cima, estava bem entusiasmada pra fazer posts pro Blog esse mês, que é o mês da mulher. Afinal, é pra elas que escrevo a maioria dos posts aqui do Blog. Mas no meio do caminho acabei mudando de ideia sobre o conteúdo que faria aqui hoje.
Vou explicar porque.
Passeando pelas redes sociais e mídias vi várias coisas legais rolando sobre o assunto, e acho importantíssimo falarmos sobre isso. Pra quem não sabe, a ideia sobre o Dia da Mulher foi criado em 1.800 com a intenção de lutar por melhores condições de vida e trabalho. E mesmo num país atrasado como o nosso, estamos tendo sucesso nisso e aos poucos alcançando nosso maior objetivo: O respeito que merecemos e nossa liberdade de escolha. De fato, temos que celebrar!

Tudo que li nas mídias falava muito sobre ser uma Girl Power, sobre empoderamento feminino, sobre força das mulheres… e outros adjetivos. Mas não encontrei nenhuma matéria falando sobre o quão competitivas e sabotadoras algumas de nós podem ser.
Resolvi falar sobre isso aqui não só pelos acontecimentos dos últimos meses, mas também porque cansei dessa hipocrisia do caralho!
É muito fácil ficar atras de um computador postando fotos bonitas na internet e escrevendo qualquer merda para agradar os outros. Mas e em off? Será que é assim mesmo? Tenho provas de que não.

Sobre os últimos acontecimentos.

A conta de várias amigas foram deletadas do instagram recentemente. E sim, as fotos eram sensuais, mas nunca vi qualquer conteúdo que postaram sem tarja. Até porque algumas trabalham vendendo suas fotos e materiais que produzem, logo não faria sentido postar foto sem censura de graça ainda mais no instagram, certo?
No meu perfil do instagram não há nenhuma foto que contenha nudez, nem mesmo com tarjas. Decidi que seria melhor pro meu trabalho me adequar as regras desta rede.
Uma escolha pessoal, nada demais.
Mas já tive MUITAS fotos denunciadas e deletadas, até mesmo uma ilustração que ganhei de presente de um artista que me desenhou.
Conheço o publico que me segue, e quando se trata de caras babacas, posso afirmar que são a minoria. Meu publico masculino está dividido em 3 grupos. O primeiro é a galera que me segue desde o começo e que entende o que faço, curte esse estilo de vida e me apoia. Aliás considero-me amiga próxima de muitos deles!
O segundo são pessoas que não entendem exatamente o que uma alt model faz, mas curtem o conteúdo. Não interagem muito, mas ficam de boa na deles, sem prejudicar.
E o terceiro grupo é de homens que acabam encontrando meu perfil por acaso, não sabem quem eu sou ou o que faço e já chegam falando besteiras, porque é aquele perfil de homem que usa a internet só pra isso.
Eu bloqueio ou ignoro, e eles desaparecem. Simples assim.
Seguindo esse raciocínio e também pela experiencia que tenho usando o app todos os dias e três anos, a MAIORIA das publicações denunciadas NÃO são feitas por homens.
Com o publico feminino não é muito diferente. Tem as meninas que me seguem porque se identificam comigo e sempre me apoiam em tudo que faço, o que aliás, foi algo que nos aproximou bastante.
Outras que são desse meio artístico e também estão ali por identificação e apoio.
E por fim e também minoria, mulheres machistas e com problemas de caráter.

Namorada ciumenta que não curte que o namorado siga outras meninas e não entende que isso ela precisa resolver com o NAMORADO dela! E não sair ofendendo outras mulheres.
Outras que não tiveram sucesso (por total culpa das mesmas) tentando uma carreira como modelo/influencer e por frustração perseguem quem está trabalhando duro nisso.
As hipócritas que falam mal de tudo que fazemos até onde a língua delas alcançar, mas que não tem vergonha na cara e estão todo dia vendo nossas publicações e fazendo difamações.
Alguma duvida sobre de onde vem as denuncias agora?
Talvez nunca tenha comentado isso aqui antes, mas quando comecei a fazer autorretratos nus, que foi como comecei a posar, estava passando por um momento difícil em minha vida. E também inseguranças em relação ao meu corpo.
Fazer os autorretratos foi uma maneira que encontrei de distrair um pouco a mente fazendo o que eu gosto. E sem duvidas a partir daí passei a me ver de outra maneira. Isso influenciou diretamente em como me sinto hoje.
Logo depois de publicar algumas dessas fotos no meu facebook surgiu a oportunidade de fazer parte do Suicide Girls e também um convite do site Papo de Homem, onde falei um pouco sobre os autorretratos nus que eu fazia e a relação que tinha com o meu corpo.
Por causa desses dois trabalhos, que inclusive tenho MUITO orgulho de ter feito, fui rotulada como vagabunda e por aí segue uma lista quilométrica com esse tipo ofensa.
Isso foi dito por homens? Não. Mulheres, sempre.
Tentaram prejudicar até meu relacionamento, falando que o que eu faço (amar meu corpo e fazer fotos dele) não é certo porque sou mulher e meu marido que deve fazer as escolhas pra minha vida.
A pergunta que mais ouvi naquele ano foi: ”Seu marido deixa?”
Pergunta feita por quem? Mulheres, claro.
Tudo que escrevi foi com base em situações que aconteceram comigo.
A maioria das denuncias, ofensas, ataques e difamação foi feita por M U L H E R E S!
E pior, nenhuma dessas atitudes vem de mulheres mais velhas, de outra geração, que até certo ponto seria (não aceitável) mas compreensível se pensassem assim. Afinal, o modo como foram criadas influencia em como pensam hoje.
Mas o fato é que esses ataques de ódio gratuito vem de amigas, colegas de profissão e até mesmo daquela blogueira ou influencer da sua cidade que enche a boca falando sobre ser uma Girl Power’ e se diz mente aberta. Mas na verdade tem atitudes bem contrária dessas enquanto ninguém está vendo.
Se as próprias mulheres são machistas e não se respeitam entre si, como querem ter força e argumentos o suficiente pra lutar contra toda essa merda que sofremos?
Textos bonitos sobre o dias das mulheres tem aos montes por aí, por este motivo fiz esse para conscientizar outras mulheres de que juntas somos a revolução!
Não estou dizendo aqui para serem amigas de quem não se identificam e ficarem puxando o saco de uma outra, mas estou pedindo o mínimo: Respeito.
Se não gosta de como a outra pessoa vive, procure por pessoas com quem vocês se identificam, e deixem a outra em paz.
Opressão, violência, desigualdade…
Não deveríamos estar uma contra as outras. Deveríamos estar juntas lutando contra isso tudo.

Obrigada pela companhia! Até a próxima.